segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Edge brasileira decepciona ao não publicar matéria sobre comunidade gay nos games
Como se sabe, a edição brasileira da revista Edge pela Editora Europa traz quase que inteiramente o conteúdo da matriz inglesa. Por um lado, isso é muito decepcionante por deixar de lado conteúdo que poderia ser produzido por brasileiros, mas por outro nos permite ter acesso ao conteúdo riquíssimo que é produzido pelos ingleses.
Mas a edição número 15 da Edge (versão brasileira) decepcionou esse mês ao não trazer uma versão traduzida da reportagem "Playing it Straight", matéria que relembra os vários personagens gays dos videogames. Mas não é apenas isso: a matéria conta a história por trás do desenvolvimento de tais personagens, as dificuldades ou sua recepção pelos próprios jogadores. Tem também entrevistas com profissionais da indústria e reporta a presença da comunidade LGBT em eventos de games
Infelizmente, esse conteúdo ficou de fora da edição brasileira. Pelo menos, é possível ler o texto original em inglês no site da revista através desse link: http://www.next-gen.biz/features/playing-it-straight?page=0,0
A edição brasileira da Edge, talvez como prêmio de consolação, publicou o desabafo da leitora Paloma Yamato sobre a escassez de personagens homossexuais nos games. Quem quiser ler, pode ler esse interessantíssimo texto na continuação do post.
"A cobertura da E3 na última edição levantou algumas questões interessantes quanto ao futuro da narrativa nos jogos após a difusão total do 3D estereoscópico e dos controles gestuais. Mas embora tais recursos deixem os jogos mais inclusivos tecnologicamente, isso não impede que a narrativa deles continue limitada.
Falo especificamente da falta de protagonistas gays nos jogos. Claro, relações homossexuais têm sido comum nos jogos ultimamente (em Fable, The Sims, nas obras da Bioware), mas dar liberdade ao jogador não é o mesmo que colocar um personagem gay na capa de um jogo. Eu evito usar termos como 'hardcore' e 'casual', mas ainda são os jogos 'hardcore'que nos dão os grandes ícones (Mario, Lara Croft) e eu não vejo nenhuma bandeira com as cores do arco-íris neles.
Eu sei que um herói homossexual pode ser um marketing arriscado para uma produtora, mas considere o seguinte: desde Ms. Pac-Man, as heroínas têm sido as responsáveis pelo lento, porém constante, crescimento do número de mulheres na indústria dos videogames e pelo aumento da importância da opinião feminina. Quando será lançado o jogo capaz de atrair a atenção de novos jogadores para a mídia na qual eles não se sentem bem representados? Discutir esse problema de sexualidade e inclusão certamente ajudaria muito mais a consolidar os videogames como uma forma de arte do que controles gestuais ou gráficos em 3D."
Paloma Yamato (fonte: Edge 15, Editora Europa, seção de Cartas)
Postado por Príncipe às 15:13
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